Setembro Amarelo: A Conexão entre Saúde Mental e Bem-Estar

No mês de Setembro Amarelo, que marca a campanha nacional de conscientização e prevenção ao suicídio, a Skinstitute se propôs a abordar um tema vital e sensível: a saúde mental. Em uma edição especial do SKN Talks, a Dra. Juliana Palo, dermatologista e CEO da Skinstitute, se uniu ao psiquiatra Dr. Rodolfo Furlan para discutir a importância de uma abordagem integrada que considera os aspectos físicos e emocionais dos pacientes, destacando o papel dos profissionais de saúde em promover o bem-estar.

A Importância do Setembro Amarelo

O Setembro Amarelo, uma campanha de conscientização sobre a prevenção ao suicídio, tornou-se essencial no Brasil, um país que, ao contrário da tendência global, tem visto um aumento significativo nas taxas de suicídio, especialmente entre os jovens. Durante o SKN Talks, tanto a Dra. Juliana quanto o Dr. Rodolfo ressaltaram que a campanha deve ir além da simples disseminação de informações, focando também na ampliação do acesso aos serviços de saúde mental. Dr. Rodolfo destacou:

“É crucial que as pessoas tenham não apenas conhecimento dos sinais de alerta, mas também acesso rápido e eficiente a cuidados quando necessário”.

A campanha Setembro Amarelo serve como um lembrete para a sociedade de que a prevenção ao suicídio é uma responsabilidade coletiva. Mais do que um mês de conscientização, é um chamado à ação, instigando tanto profissionais de saúde quanto a comunidade a reconhecerem e enfrentarem as complexidades desse problema. A Dra. Juliana enfatizou a necessidade de integrar essa conscientização às práticas diárias, promovendo uma cultura de empatia e cuidado contínuo, onde o suporte à saúde mental esteja sempre disponível e acessível.

O Brasil enfrenta uma crise silenciosa

As taxas de suicídio têm aumentado alarmantemente desde 2015, um fenômeno agravado pela pandemia de COVID-19. Em contraste com a tendência global de redução, o Brasil, ao lado de países como Estados Unidos e México, viu um crescimento nas taxas de suicídio, especialmente entre jovens. Essa realidade foi um dos pontos centrais discutidos no SKN Talks, onde Dr. Rodolfo Furlan alertou para as graves consequências desse aumento. Ele explicou que a crise econômica, o isolamento social e a falta de acesso a cuidados de saúde mental durante a pandemia contribuíram significativamente para esse cenário desafiador.

A discussão também abordou como fatores econômicos e sociais estão ligados à saúde mental. O aumento do desemprego, a incerteza econômica e o isolamento prolongado criaram um ambiente propício para o aumento da ansiedade e depressão, fatores que podem levar ao suicídio. Dr. Rodolfo destacou a importância de políticas públicas que priorizem a saúde mental, especialmente em tempos de crise, e a necessidade de fortalecer as redes de apoio para atender à crescente demanda.

“Precisamos agir agora para evitar que essas taxas continuem a subir”, concluiu.

Compreendendo a Complexidade da Saúde Mental

A saúde mental vai muito além da simples ausência de doença. Durante o SKN Talks, Dr. Rodolfo Furlan destacou que o suicídio é raramente resultado de um único fator, mas sim de uma combinação de elementos que incluem transtornos mentais, questões sociais, econômicas e até mesmo genéticas.

“Não podemos tratar o suicídio como uma questão linear. É um fenômeno multifatorial que exige uma abordagem integrada e personalizada para cada indivíduo”, explicou.

Ele também destacou que a impulsividade, muitas vezes negligenciada, pode ser decisiva neste comportamento, mesmo na ausência de transtornos mentais clássicos.Essa visão multifacetada da saúde mental ressalta a necessidade de abordagens terapêuticas que considerem o paciente na totalidade, integrando cuidados médicos, psicológicos e sociais.

Para prevenir o suicídio, é essencial que os profissionais de saúde estejam preparados para identificar não apenas os sinais óbvios de depressão, mas também os mais sutis, que podem incluir mudanças comportamentais e emocionais. Além disso, a família e os amigos desempenham um papel crucial no apoio aos indivíduos vulneráveis, ajudando-os a acessar o tratamento adequado e oferecendo suporte emocional contínuo.

A Interseção entre Saúde Física e Mental

A Dra. Juliana Palo trouxe uma perspectiva única, destacando a interseção entre a saúde física e mental. Ela mencionou que muitos pacientes buscam procedimentos estéticos como uma forma de lidar com questões de autoestima e autoimagem, profundamente enraizadas em sua saúde mental.

“Muitas vezes, a busca por uma aparência ‘perfeita’ é um reflexo de sentimentos mais profundos de inadequação e insegurança”, observou.

Essa conexão entre o estado emocional e a aparência física é algo que a Dra. Juliana vê regularmente em sua prática clínica, reforçando a importância de uma abordagem integrada ao tratamento dos pacientes.

A Dra. Juliana também destacou a necessidade de os profissionais de saúde estarem atentos às razões subjacentes que levam os pacientes a buscar procedimentos estéticos. Ela argumentou ser fundamental que esses profissionais não apenas realizem os procedimentos, mas também estejam preparados para encaminhar os pacientes para cuidados psicológicos quando necessário.

“Nosso papel como médicos é olhar além do que está na superfície e entender o que realmente está impulsionando o desejo do paciente por mudanças físicas”, explicou.

Ela concluiu reforçando a importância de um atendimento que considere o bem-estar total do paciente, integrando saúde física e mental em um modelo de cuidado abrangente.

Uma Mensagem de Esperança e Empatia

A mensagem final do SKN Talks foi uma convocação à empatia e ao cuidado contínuo. A Dra. Juliana Palo, ao encerrar a discussão, fez um apelo por mais amor, carinho e compreensão, não apenas durante o mês de setembro, mas ao longo de todo o ano.

“Precisamos cultivar um ambiente em que as pessoas se sintam seguras para falar sobre suas lutas internas e onde saibam que receberão o apoio necessário”, afirmou.

Esse compromisso com a empatia é algo que a Skinstitute incorpora em sua prática diária, promovendo um ambiente acolhedor e de suporte para todos os seus pacientes.

Além disso, a Dra. Juliana enfatizou que a prevenção ao suicídio deve ser uma prioridade contínua, tanto para profissionais de saúde quanto para a sociedade em geral. Ela destacou a importância de campanhas como o Setembro Amarelo, que revisitam discussões essenciais e promovem a conscientização, mas lembrou que o trabalho não termina quando o mês acaba.

“Que essa mensagem vá muito além de setembro e possamos cada vez mais cuidar uns dos outros e de nós mesmos”, concluiu, deixando um chamado para que todos se envolvam na construção de uma sociedade mais compassiva e atenta às necessidades de saúde mental de seus membros.